Hospital Regional do Sertão Central utiliza realidade virtual no tratamento de pacientes

De acordo com divulgação do HRSC, essa ideia surgiu com o Projeto Reviver, implementado há pouco mais de um mês


O Hospital Regional do Sertão Central (HRSC) está desenvolvendo uma metodologia considerada inovadora no auxílio à recuperação dos pacientes. Usando um dispositivo semelhante aos óculos, os pacientes interagem através de estímulos visuais e auditivos, em um espaço criado digitalmente para eles. Mesmo acamados, eles escolhem para onde querem “viajar”.

De acordo com divulgação do HRSC, essa ideia surgiu com o Projeto Reviver, implementado há pouco mais de um mês. A tecnologia utilizada, de imersão 3D, permite ao usuário interagir em um ambiente simulado pelo computador ou celular. O Projeto foi inspirado em uma iniciativa para idosos desenvolvida em uma instituição de ensino particular.

“Quando conheci esse trabalho, de cara pensei em trazer para a UCE, porque são pacientes de longa duração e que acabam ficando tristes e ansiosos por conta do ambiente hospitalar, da doença em si e da saudade de casa”, explicou o engenheiro clínico Marcelo Acioli, idealizador do Reviver.

A equipe do HRSC fez uma adaptação para que o paciente se identificasse com o projeto. “Eu sabia que seria fantástico, mas não imaginava que seria tanto. Se foi emocionante para eles, imagina para nós todos que vivenciamos esse momento”, completou.

A coordenadora de enfermagem da UCE, Lana Kilvea de Sousa, acrescentou que foi realizado um estudo multiprofissional para avaliar se a atividade iria trazer benefícios para o tratamento dos pacientes. “Durante todo o momento eles estiveram acompanhados por médicos, enfermeiros, técnicos, fisioterapeutas, psicólogos, entre outros profissionais, com o intuito de garantir a total segurança deles”, ressaltou.

“Isso não tem preço. Proporcionar ao paciente reativar a memória e trazer uma alegria para eles é indescritível”, ressalta o coordenador médico da Unidade de Cuidados Especiais (UCE) do HRSC, Leonardo Miranda.


Experiência dos pacientes

“Foi o dia mais emocionante da minha vida. Por vários minutos me senti a pessoa mais amada e querida do mundo. Obrigada a todos que me proporcionaram isso. Amo todos vocês”. Essa foi a reação da jovem Beatriz Duarte, 21 anos. Ela pôde viajar e conhecer o Museu do Louvre, em Paris, na França. A tecnologia permitiu que ela entrasse no museu e contemplasse parte do acervo de obras. O tour virtual pela capital francesa ainda a levou à Torre Eiffel.

Quem fez o convite para a viagem virtual foi a psicóloga Renata Viana. “Cheguei para Bia e disse: vamos fazer uma viagem? Ela olhou para mim com os olhos arregalados e sorriu. Beatriz não fazia ideia que estava prestes a fazer uma viagem inesquecível sem sair do leito”.

Outra experiência foi a do aposentado Otto Guerra de Lima, 65 anos. “Bateu uma saudade da minha ruazinha. Me vi sentado na calçada conversando com meus vizinhos. Vi a cinquentinha da minha menina em frente lá de casa. Me deu muito prazer rever tudo isso”, comentou ao visualizar a rua onde mora, em Nova Jaguaribara.

Ele ainda voltou a uma outra cidade guardada no seu coração: Brasília. “Estava diante da rampa do Palácio do Planalto. Trabalhei lá na parte da limpeza por muito tempo. Na época, cheguei a ver o João Figueiredo (ex-presidente da República). É uma satisfação para mim poder rever tudo isso. Me emociono,” afirmou o aposentado.

Quem também participou foi Lucas Dantas, 20 anos. Ele pediu para passear por uma floresta. Considerou a viagem encantadora. “Vi uma cachoeira, pássaros, açude. Me senti bem e agradável. Adorei. Me fez lembrar quando eu andava”, descreveu o passeio virtual.

- Portal DM | Fonte: Diário do Sertão Central -

COMPARTILHE COM SEUS AMIGOS

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. USE COM RESPONSABILIDADE.