PCC promoveu suposto 'tribunal do crime' para matar morador de comunidade

A vítima foi executada após longas sessões de tortura, porque teria espalhado para moradores da própria comunidade que seria integrante da facção rival, o Comando Vermelho (CV)


Dois traficantes da facção criminosa do Primeiro Comando da Capital (PCC) foram presos por supostamente terem comandado um julgamento do ‘tribunal do crime’, que resultou na execução de um morador da favela do Moinho, localizada na região central de São Paulo. O local é apontado pela polícia como o maior centro de abastecimento de drogas do comércio ilegal da cracolândia. Com informações do IG

Após quase um mês de campana, a Polícia Civil de São Paulo prendeu, no final de setembro, Alberto Monteiro Moja e José Jeferson da Silva Lima, dois dos quatro criminosos supostamente responsáveis pelo debate que determinou a morte de Willian da Silva Santos, de 23 anos. Somente agora, o julgamento do “tribunal do crime” , a morte e as prisões foram reveladas.

A vítima foi executada no final de 2018, após longas sessões de tortura, porque teria espalhado para moradores da própria comunidade que seria integrante da facção rival, o Comando Vermelho (CV), do Rio de Janeiro. PCC e CV disputam o controle da venda de drogas em diversas regiões do País. As prisões preventivas de Alberto Moja, José Joferson e outros dois suspeitos foram decretadas pela Justiça na mesma época.

Um policial que participou das investigações disse que Willian falava para os moradores da favela em alto e bom som que o Comando Vermelho iria "tomar" o controle da comunidade do Moinho. “Quando esse falatório chegou ao conhecimento das lideranças da facção paulista, a ordem foi para dar um ‘bote’ no morador e levar para os fundos da favela. Queriam saber se era verdade o que ele havia dito. A partir daí, ele passou pelo julgamento do ‘Tribunal do crime’ e foram alguns dias de tortura até chegar ao veredito”, diz o investigador.

Alberto Moja e José Jeferson foram presos por integrantes da 1ª Delegacia de Proteção à Pessoa do DHPP. Os outros dois homens que estariam envolvidos na ação seguem foragidos. Um deles é Higor Augusto Monteiro, conhecido como Higão, que teria abordado Wiliam. Segundo testemunhas, ele atravessou toda a favela com um revolver apontado para a cabeça de Willian. Outro foragido é João Victor de Jesus, que, segundo a polícia, teria ajudado na condução da vítima.

O corpo, até hoje não encontrado, teria sido atirado às margens do Rio Tietê. A tortura sofrida por Willian revoltou moradores da favela. Um residente do Moinho disse que a população da comunidade vive permanentemente sob estado de pressão. “Somos esculachados pela polícia e temos medo dos traficantes. Vivemos no meio dessa guerra e no fogo cruzado”.

COMPARTILHE COM SEUS AMIGOS

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. USE COM RESPONSABILIDADE.