O tenebroso relato de uma jovem gestante sobre o hospital de Quixeramobim; "precisei tirar minha filha com minhas próprias mãos"

Relato foi feito a uma página em redes sociais denominada de Diário de Quixadá

Foto/Divulgação

Após a morte de uma adolescente gestante de 16 anos no último dia 28 de outubro em Quixeramobim, começaram a aparecer relatos tenebrosos sobre o atendimento a mulheres no hospital deste município localizado no Sertão Central do Ceará.

Uma página nas redes sociais denominada de Diário de Quixadá relata em postagens na rede histórias tenebrosas de mulheres gestantes que viveram momentos de horrores ao procurarem atendimento médico no local. A mais recente é da jovem Marília Nely Coelho, que o leitor confere na íntegra a seguir.

O texto segue como escrito pela página; 

Numa madrugada de dezembro de 2019, Marília Nely Coelho Almeida, então com apenas 16 anos e grávida há cinco meses, procurou socorro no Hospital Pontes Neto, em Quixeramobim. Ela sentia dores intensas e achava que seu bebê estava nascendo prematuramente.

"Eu segurava minha vagina enquanto me dirigia ao hospital. Tinha medo da minha bebê nascer sem ajuda profissional", ela contou ao Diário de Quixadá.

No Pontes Neto, Nely afirma que foi atendida por um médico chamado Mardônio. Segundo ela, ele a mandou deitar e a examinou. "Ele pegou na minha barriga, massageou, tentou escutar os batimentos, mas não ouviu nada. Claro que não ouviria, pois ela já estava coroando", diz Nely.

"Ele disse que eu não ficasse preocupada porque era apenas uma dor, que eu devia tomar paracetamol e voltar para casa. Mas meu marido não aceitou e insistiu para ele pelo menos fazer exame de toque. Ele disse que não precisava, mas meu marido não desistiu e insistiu que o exame fosse feito, já que eu não estava aguentando de dor", ela conta.

Depois de finalmente fazer o toque, o médico percebeu que o bebê estava mesmo nascendo e mandou internar Nely imediatamente. Mas o que deveria representar mais tranquilidade para a gestante se transformou num pesadelo. Ela conta que foi abandonada sozinha num quarto, "sem observação de ninguém".

"Eu deitei e, depois de algum tempo, a criança começou a nascer. Eu gritava pedindo para virem, mas ninguém aparecia. Então precisei retirar minha filha com minhas próprias mãos. Quando ela saiu eu comecei a gritar", diz.

O médico foi ao quarto onde Nely estava, pegou a criança e disse: "Sua filha está morta." Nely disse que não, pois havia visto a bebê se mexer. Mas o médico, ela conta, insistiu que não havia mais o que fazer. "Levaram ela e não deram oxigênio. Imaginem: uma bebezinha prematura de cinco meses sem oxigênio", prossegue Nely.

Algum tempo depois, o médico liberou o marido de Nely, Israel Costa, para ver a criança. A bebê se mexeu para ele e mostrou que estava respirando. Diante da prova de vida, o oxigênio foi dado à recém nascida. Mas já era tarde. Socorrida para o Hospital Regional, a bebezinha morreu três dias depois.

(Fonte: Diário de Quixadá)

COMPARTILHE COM SEUS AMIGOS

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. USE COM RESPONSABILIDADE.