Defesa de Lula quer fazer "vaquinha virtual" para custear despesas com processos do ex-presidente

O advogado disse que a defesa avalia a possibilidade de abrir uma vaquinha virtual, mas não tem uma meta de arrecadação definida


Em entrevista ao jornalista Leonardo Lellis, da revista Veja, um dos advogados de defesa de Lula, Cristiano Zanin Martins, afirmou que o bloqueio de bens do ex-presidente faz com que a defesa estude fazer um “crowdfunding” (espécie de vaquinha virtual) para custear os gastos com os processos dele.

"Ele sempre bancou seus advogados, mas o bloqueio de seus bens há um ano causou um prejuízo relevante à sua defesa", afirmou Zanin, ao ser questionado sobre quem paga a defesa do ex-presidente. O advogado disse que a defesa avalia a possibilidade de abrir uma vaquinha virtual, mas não tem uma meta de arrecadação definida. "Se a Justiça não liberar os recursos, vemos essa alternativa como a única para fazer frente aos custos", afirmou.

Durante entrevista, Zanin afirmou, ainda, que a condução de Moro na fase de instrução do processo fez com que as outras esferas que julgaram Lula (TRF e até mesmo o STF) fossem induzidas ao erro. "O vício decorre da suspeição de Moro e permanece mesmo após a análise por outras instâncias", afirmou. Zanin também negou, mais uma vez, qualquer relação de Lula com a reforma do tríplex e do sítio de Atibaia, afirmando que "o que se buscou foi transformar a amizade que sempre existiu em crime" e pontuando que tudo foi feito à completa revelia de Lula.

Questionado sobre as delações de Palocci , que foi um dos principais ministros de Lula, Zanin foi categórico: afirmou que ele sempre mentiu em depoimentos e contou que, no caso do Sítio de Atibaia, viu que o ex-ministro tinha anotações de "frases de impacto" para delatar o presidente. "Vi que na folha que ele usava constava a frase 'pacto de sangue'. Foi exatamente o que ele afirmou na sequência", disse.

O advogado de Lula falou, ainda, sobre a recusa de Lula em entrar no regime semiaberto, sobre a Vaza Jato e sobre a relação da defesa do ex-presidente com Moro, garantindo que só entrou em contato com ele durante audiências.

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