Ministério Público investiga prefeito de Quixadá por suposto recebimento de “propina” sobre aluguel de máquinas

O órgão acusa o alcaide de receber propina do serviço de coleta de resíduos sólidos


Há exatamente um ano e dois meses o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) deflagrava em Quixadá a 1ª fase da “Operação Fiel da Balança” que afastou o prefeito Ilário Marques (PT) e mais três secretários municipais. A época a população foi pega de surpresa, pois o órgão acusa o alcaide de receber propina do serviço de coleta de resíduos sólidos. Agora, o Monólitos Post obteve com exclusividade documentos que revelam que não foi somente deste serviço que o chefe do Executivo quixadaense está sendo investigado por receber pagamentos indevidos. Com informações do Monólitos Post

Ao requerer, junto ao Tribunal de Justiça, o afastamento do prefeito, a Procuradoria de Justiça dos Crimes Contra a Administração Pública – PROCAP – revelou que o empresário delator do esquema de propina na Prefeitura de Quixadá foi obrigado a assinar um contrato de cessão de máquinas pesadas que posteriormente foi usado para justificar o pagamentos indevidos dos veículos/máquinas que sequer foram utilizadas.

De acordo com investigação do Ministério Público, o esquema funcionava da seguinte forma: A DFL Serviços de Limpeza Urbana Ambiental LTDA realizou o serviço de recuperação do lixão de Quixadá, na ocasião a prefeitura garantiu o combustível das máquinas como a contrapartida do serviço. Contudo, segundo o proprietário da empresa, a gestão municipal exigiu a emissão de um termo de cessão temporária de veículo automotor/máquinas pesadas que serviu para que uma segunda empresa (que havia ganho processo licitatório de aluguel de máquinas pesadas pela Prefeitura de Quixadá) pegasse dados sobre que tipo de veículos e em que quantidade de horas e dias estariam sendo utilizadas na recuperação do aterro pela DFL, informações que foram utilizadas como se o maquinário pertencesse a empresa que ganhou o processo licitatório de locação para possibilitar o pagamento dos serviços que nunca foram prestados por esta última empresa.

Segundo o Ministério Público os pagamentos indevidos eram repassados para políticos e poderiam abastecer a campanha eleitoral de 2018 da esposa do prefeito. “Os elementos da investigação indicam que as planilhas constantes do termo de cessão temporária de veículos automotor/máquinas pesadas, cuja assinatura foi exigida pelos gestores municipais (prefeito municipal Ilário Marques, Ana Patrícia – chefe de gabinete do prefeito e José Humberto Torres – controlador do município) serviriam de justificativa para o pagamento do município a WANDERSON DE VASCONCELOS MAIA pela locação de máquinas pesadas, que supostamente sequer chegaram a prestar tais serviços, sendo tais valores, possivelmente desviados em prol de agentes públicos e da referida campanha política”.

Ainda de acordo com o órgão, em depoimento o delator estranhou que, em troca de mensagens via aplicativo WhatsApp, recebeu mensagens de pessoa estranha, que teria se apresentado como proprietário da empresa responsável pela locação de maquinário para a prefeitura, exigindo o relatório sobre a utilização do maquinário, bem como os horários e a relação dos motoristas.

Na peça, o membro do MPCE indaga: “Ora, qual a necessidade do envio de tal documentação, se foi a empresa DFL quem financiou a recuperação da área onde funcionava o lixão de Quixadá-CE?”

Desde que a “Operação Fiel da Balança” foi deflagrada, novos fatos surgem e mostram como os chefes dos poderes Executivo e Legislativo do município de Quixadá tem tratado o dinheiro público. Nunca na história da Terra dos Monólitos a população presenciou tantas denúncias gravíssimas de malversação dos recursos oriundos dos seus impostos. Agora, resta esperar o desenrolar das operações comandadas pelo Ministério Público do Estado do Ceará e esperando que o Poder Judiciário possa se manifestar o mais breve possível e que, caso os crimes sejam confirmados, os agente públicos sejam responsabilizados pelos seus atos.

Procurado pelo Monólitos Post, por telefone, o prefeito Ilário Marques pediu que fossem enviadas as perguntas através do aplicativo WhastApp que ele responderia. Mesmo sendo informado que a matéria seria postada no final da tarde desta quarta-feira (16), o alcaide até o momento não respondeu aos questionamentos.

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