O novo reitor foi o terceiro colocado em um consulta pública realizada com estudantes e professores da UFC
Um grupo de estudantes fechou com correntes e cadeados, na manhã desta sexta-feira (23), cinco acessos ao prédio da Reitoria da Universidade Federal do Ceará (UFC), no Bairro Benfica, em Fortaleza. Eles protestam contra a nomeação do novo reitor da universidade, José Cândido Albuquerque, que tomou posse ao cargo nesta quinta-feira (22) na sede do Ministério da Educação (MEC), em Brasília, ele foi indicado pelo presidente Bolsonaro.
A assessoria de comunicação da UFC informou, às 8h57, que está reunida com os gestores para definir um posicionamento. A instituição não informou se as aulas desta manhã foram canceladas.
O novo reitor foi o terceiro colocado em um consulta pública realizada com estudantes e professores da UFC. O mais votado, o então vice-reitor da UFC, Custódio Luís Silva de Almeida recebeu 7.772 votos na consulta enquanto Cândido recebeu 610 votos. O segundo colocado, Antônio Gomes de Souza Filho, chegou a receber 3.499 votos.
Este é o segundo ato de universitários desde a nomeação do novo reitor da UFC. Na terça-feira (20), os estudantes fecharam o mesmo cruzamento, no Bairro Benfica. Antes do protesto, houve uma reunião nos jardins da Reitoria, com os diretórios e centros acadêmicos dos cursos da UFC para discutir ações a respeito da nomeação.
Avenida fechada
Por volta das 9h40, os estudantes saíram para o cruzamento das avenidas da Universidade e 13 de Maio, onde fica a reitoria, com cadeiras de plásticos.
O objetivo é bloquear o trânsito em mais uma ação de protesto, segundo os organizadores. Apenas uma entrada teve o acesso permitido pelos manifestantes.
Os manifestantes chegaram ao local por volta das 7h , com instrumentos musicais e palmas os jovens gritavam "Fora interventor, não elegemos, não reconhecemos!" . De acordo com a estudante Natália Aguiar, diretora de universidades públicas da União Nacional dos Estudantes (UNE), o objetivo do protesto é fazer com o novo reitor entregue o cargo.
"Nós não reconhecemos ele como nosso reitor, é uma ação de indignação, a gente quer dar através dessa pressão que ele não ocupe mais o cargo, que ele entregue o cargo", disse a estudante. Ainda segundo Natália, os professores estão sendo convidados para darem aulas aos estudantes onde acontece o protesto. Os alunos vão fazer um acampamento permanente sem data prevista de término.