Nas primeiras horas da manhã, nos últimos 36 anos, a multidão se reúne diante da igreja matriz, de onde parte até o cemitério da barragem
Considerado o maior ato religioso social do martírio sertanejo no enfrentamento da estiagem, a Caminhada da Seca, aconteceu na manhã desse domingo (11/11) e reuniu milhares de pessoas no tradicional cortejo até o cemitério das almas da barragem, ao lado do Açude Patu, em Senador Pompeu na região do Sertão Central do Ceará.
Na seca de 1932, a barragem, à época em construção, foi transformada em uma espécie de campo de concentração. Nele, milhares de flagelados, chegados do sul do Estado e de regiões vizinhas, ficaram confinados morreram de fome e doenças, relata a história.
Desde 1982, a partir de uma iniciativa do padre Alberto Donati, à época pároco na cidade, juntamente com o coletivo formado pela paróquia de Nossa Senhora das Dores e o Centro de Defesa dos Direitos Humanos Antônio Conselheiro (CDDH-AC), aquela tragédia histórica tem sido relembrada na manhã do segundo domingo de novembro. As Almas da Barragem passaram a receber devotos. Se tornaram um santo coletivo.
Nas primeiras horas da manhã, nos últimos 36 anos, a multidão se reúne diante da igreja matriz, de onde parte até o cemitério da barragem. No caminho, de aproximadamente 7km, além de cultuarem as almas, relembram aqueles trágicos e vergonhosos momentos, e ressaltam a necessidade do constante desenvolvimento de políticas públicas de amparo ao sertanejo para o convívio com o fenômeno climatológico. [Fotos - Breno Torquato]
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