André Macêdo fala em seu artigo sobre polarização política

Nesse artigo André fala sobre polarização política


Por base de artigos publicados na Internet e discussões em Fóruns na Rede Mundial de Computadores iremos “conversar” sobre Polarização Política. Fernando Horta escreveu: “O que é polarização política ou como fazer a luta política pelos sentidos?” (Jornal GGN).

O presente artigo traz uma bela explicação sobre pontos importantes que devemos ter como base, data vênia, no início de nossos estudos sobre o tema em tela.

Defende o autor que o que estamos vivendo hoje é um sinônimo do que aconteceu na Europa no período entre guerras, ou seja, indica, querendo ou não, que a nossa atual vivência se dá pela evolução normal das sociedades, no nosso caso um pouco tardia, ao meu ver, muito embora, o período entre guerras tenha sido menos doloroso para nós do que para Europa como um todo.

Lá apareceram o Facismo e o Nazismo, sem contar que a Revolução Russa estava em plena evolução.

Assim o século XXI para nós teria trazido, como trouxe, visões práticas de ressurgimento de teorias e embate, das mesmas, muitas vezes de forma deturpada e de violência desnecessária (nosso entendimento).

Hoje como antes se procura um “bode expiatório” dentro das noções mais básicas de direitos humanos, a superioridade e os clãs parecem ter retornado.

Assim, “O resultado é o crescimento do punitivismo, dos discursos de ódio o questionamento da democracia e de qualquer noção de igualdade entre os homens.” (Frase do Autor Fernando Horta).

Continua o Autor:

“Mas efetivamente como isto se dá? E, indo mais longe, como fazer o combate destas ideias que, sabemos pela história, desembocarão em ditaduras bestiais e guerras (e os uniformes verdes vistos recentemente em todas as partes do RJ são um péssimo presságio)?

Toda a polarização política é um processo não natural de seleção e hierarquização de ideias. Quando se diz “não natural” é porque ela não obedece ao princípio da ação individual no campo político. O “grande mercado das ideias” (para usar uma noção de Stuart Mill) oferece todas elas ao livre consumo. Desde ideais humanistas, religiosas, altruístas até posições fascistas, nazistas e de autodestruição. Por qualquer meio que você venha a hierarquizar estas ideias a distribuição de pessoas dentro delas irá sempre obedecer a chamada “distribuição normal” na estatística, quando a posição relativa dos indivíduos é aleatória e independente. Isto quer dizer que um número maior de pessoas vai se postar nos centros políticos ao invés de buscarem os polos.

Ainda que se tenha o trabalho árduo de partidos ou militância (de qualquer posição política), dado que este trabalho ocorre sempre de pessoa para pessoa, o convencimento e a luta das ideias – por seu reduzido alcance no tempo e no espaço – não provoca uma polarização. Ao jogar o comportamento político individual dentro de modelos matemáticos, o processo de convencimento pessoal, ainda que a originar-se nos polos, não consegue, sozinho mudar a distribuição normal. Usando-se apenas os partidos para luta política, as mudanças políticas ocorrem de forma lenta e, como diria Edmund Burke, “através do controle da experiência e da história”. As revoluções são sempre fruto de determinadas condições que alteram este processo. Guerras, fomes, crises econômicas, regimes de extrema violência, pestes e doenças que passam a ameaçar a existência de grande número de pessoas e etc.”

É claro que a primeira polarização ocidental se dá entre Capitalismo e Socialismo (Comunismo). A defesa do direito à acumulação contra a divisão proporcional e igualitária.

Se criou cliches como: “você pode enricar no Capitalismo” e “você não será utilizado como servo no socialismo”.

O estranho é que quem mais defende os dois modelos muitas vezes não entendem o significado e a evolução dessas duas teses.

O Estado foi moldado nesse meio tempo, desde o “Período das Trevas” até os dias atuais o Estado, seja qual for o modelo ou a ideologia, sempre teve grande importância e sempre doutrinou como nós deveríamos viver.

Vamos mais à frente. Na Polarização Política não cabe espaço para discussão, conversas, mesas redondas e outras possibilidades de síntese. Ninguém ama ninguém se não for da mesma corrente.

A construção política deixa de existir e passa a ser mais entrave do que conclusão.

Ou se é ou não é!

Quem for meu pode tudo!

Quem for oposição as minhas ideias é meu inimigo!

A ordem é rebater tudo o que não for seu aliado. Daí a defesa de políticas que devem trazer para seu grupo um sentido, contra qualquer situação justificável.

Após o Impeachment, o segundo num curto período de nova Democracia começamos a viver a era do Messianismo (alguém irá nos salvar; alguém irá nos tirar do caos e apresentar a bonanza; o filho de Deus voltará para todos a pedido dos Ateus).

Ou seja, procuramos na polarização uma salvação e uma crise, um Deus e um Diabo.

Cristo que seria o Salvador para os Cristãos teve pela polarização a possibilidade de sua vinda antecipada por meio de Assessores tão bem munidos de poder e força divina quando o Chefe, mas com esses vieram os asseclas de Lúcifer.

Quem é Bolsonaro abomina Petistas/Comunistas que abomina Bolsominions que abominam Ciro que abominam todos que são abominados por todos. Uma verdadeira “salada mista” de interesses politiqueiros.

Tais interesses trouxeram uma arma importantíssima no degrado humano: “fake news”. A arma mais poderosa para quem não quer se aprofundar nos assuntos.

E assim, as discussões verdadeiras e de importância real não existem, sobra apenas o discussões de ódio que cessam quando se chega ao Poder.

Continua o autor em sua explanação:

“O que era marginal no governo Dilma – fruto da tentativa desesperada de busca de apoio político – virou essência do governo Temer.

É preciso parar de discutir Ficha-Limpa e passar a discutir representação e democracia. É preciso parar com as discussões sobre bíblia, direitos e moral cristã e discutirmos o direito humano laico. É preciso parar de discutir corrupção e discutirmos crescimento econômico e redução das desigualdades. É preciso parar de discutir violência urbana e começarmos a discutir projetos de inclusão social no espaço e no tempo da maioria das pessoas. E esta maioria não está no Leblon ou na Villa Madalena, mas nas periferias. É preciso parar de discutir as cores do Brasil, para discutirmos o Brasil de todas as cores. E elas não são verde amarelo, mas um imenso conjunto que vai desde o branco europeu até o negro “da Guiné”, passando rigorosamente por todos os tons.”

No artigo se vê uma crítica clara ao esquerdismo, mas também uma evolução no pensamento direitista, trazendo à baila uma proposta de solução, qual seja DEIXAR DE SE DISCUTIR LADOS E PASSAR PARA TENTATIVA DE RESOLVER PROBLEMAS.

Destarte, devemos propor algo além da existência de coxinhas e petralhas e elevarmos o nível dos nossos pensamentos e teses, para passarmos a discutir soluções para nossos grandiosos e perigosos problemas.

André Wilson de Macêdo Favela é advogado e vereador no município de Milhã, Sertão Central do Ceará.

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